segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O NOVO E IMPORTANTE PAPEL DA GESTÃO DE PESSOAS PARA AS ORGANIZAÇÕES

O novo e importante papel da GESTÃO DE PESSOAS para as organizações.

por Paulo Roberto Vieira *

A Gestão de Pessoas é um papel extremamente delicado e sensível, que deve ser
desenvolvido pelos membros da organização, que têm sua a sua responsabilidade e seu
comando, os funcionários, colaboradores, enfim, as pessoas. Por esta razão, ela é
contingencial, estratégica e situacional. Porém, depende muito da cultura que predomina
em cada organização e também da estrutura organizacional adotada por cada empresa.
Mais ainda depende das características do ambiente, do negócio da organização, das
políticas internas e externas adotadas pela organização, das suas funções e processos e
de uma gama enorme de outras variáveis importantes, que possam afetar a estrutura
organizacional de cada empresa.
Em momentos repletos de incertezas, restrições, problemas, ameaças, pressões e
dificuldades de toda sorte, onde aumentam a inflação, a recessão e o desemprego, a
administração dos recursos humanos, financeiros, materiais ou físicos, mercadológicos e
administrativos, torna-se cada vez mais difícil, complexa e extremamente desafiante, de
modo especial para a Gestão de Pessoas, pois nestes momentos de crises, as empresas
são obrigadas a adotarem programas severos de reduções de despesas e de gastos e, para
muitos administradores precipitados e muitas vezes inconseqüentes, os cortes de
despesas passam primeiramente e necessariamente sobre a folha de salários de seus
empregados ou colaboradores, passando inclusive pelos cortes de benefícios concedidos
aos mesmos.
Assim, a Gestão de Pessoas, em épocas de crises e de “vacas magras”, sem sombra de
dúvida passa ser a mais sacrificada: são decisões até certo ponto muito simplórias, isto
é, sem que para tal, tenha havido um mínimo de planejamento e que muitas vezes estas
decisões são tomadas na base da pura emoção, com uma visão míope de alguns
empresários, onde com estas reduções na folha de salários e nos benefícios de seus
empregados, podem representam economias e resultados financeiros em curto prazo,
mas comprometendo seriamente a saúde organizacional e pondo em risco seus
resultados de médios e longos prazos.
Essa estratégia de “cortar pessoas” e benefícios, adotado pela maioria das empresas,
caminha exatamente na contra-mão da verdadeira, da moderna e da boa relação que
sempre deverá existir entre capital e trabalho, pois cabe a algumas organizações, passar
a enxergar as pessoas como pessoas e não simplesmente como meros recursos
produtivos.
Porém, o que realmente nos anima e nos dá novos alentos, é que a Gestão de Pessoas
está passando por grandes mudanças e por importantes inovações, de modo especial
neste terceiro milênio, onde com a crescente globalização dos negócios e com a tão
acirrada concorrência mundial, as palavras de ordem para todas as organizações passam
a ser, inexoravelmente, produtividade, qualidade, eficiência e competitividade.
Dentro deste novo contexto, as pessoas deixam de ser o problema das organizações e
passam a ser a solução de seus problemas. As pessoas deixam de ser o desafio para se
tornar à vantagem, o diferencial para que estas organizações possam ser efetivamente
competitivas. As pessoas deixam de ser o recurso organizacional mais importante para
se tornar o parceiro principal do negócio.
A Gestão de Pessoas é uma especialidade relativamente nova, que surgiu a partir do
crescimento e do alto grau de complexidade das tarefas organizacionais. Suas origens
remontam ao início do século XX, após o forte impacto da Revolução Industrial, com a
denominação Relações Industriais, atuando com a principal finalidade de buscar o
equilíbrio entre o capital e o trabalho (organização e pessoas), evitando-se ou
diminuindo-se desta forma, os conflitos entre os interesses das organizações e os
interesses individuais das pessoas que trabalham nestas organizações, interesses estes
até então considerados totalmente incompatíveis e impossíveis de serem conciliados
pelas partes.
No ano de 1950 passou a ser denominada de Administração de Pessoal. Totalmente
burocrática, não tinha mais só por finalidade intermediar os desentendimentos e reduzir
os conflitos entre o capital e trabalho, mas acima de tudo administrar as pessoas de
acordo com a legislação trabalhista.
Em 1960, as pessoas passaram a ser consideradas os recursos fundamentais para o
sucesso organizacional, aliás, os únicos recursos vivos e inteligentes que as
organizações possuem para enfrentar e ultrapassar os desafios pela frente.
Assim, surgiu o conceito de Gestão de Pessoas, porém ainda sofrendo da velha miopia
de enxergar as pessoas apenas como recursos produtivos ou simplesmente agentes
passivos cujas atividades devem ser planejadas e controladas a partir das necessidades
unilaterais das organizações. Hoje, as organizações bem-sucedidas não mais
administram recursos humanos, nem mais as pessoas, mas acima de tudo, administram
com as pessoas. É a chamada administração participativa, onde as pessoas com suas
inteligências, criatividades, habilidades mentais, passam a fazer as diferenças dentro
deste processo altamente competitivo por que passam as empresas. As pessoas deixam
de ser vistas como custos para serem reconhecidas como lucros para as empresas.
Na minha concepção, os centros de custos de mãos-de-obra das empresas, deveriam
passar a chamar de centros de lucros ou de centros de excelências, por que elas são
responsáveis pela produtividade, pela qualidade e pela eficiência na fabricação dos
produtos ou serviços.
Possuir grandes capitais financeiros, estruturas físicas modernas, máquinas
equipamentos de última geração e dentro da mais alta tecnologia, localizações
privilegiadas, matérias-primas de primeira qualidade, sistemas e computadores de
última geração, etc, não são fatores que fazem a diferença num mercado competitivo e
globalizado onde se encontram as empresas.
O que realmente faz a diferença são as pessoas que trabalham nestas empresas. São elas
que dão o impulso necessário para que as empresas possam ser competitivas e que
consigam alcançar a todo o momento seus principais objetivos, que são: qualidade,
eficiência, produtividade e lucratividade.
Sem a mínima intenção de esgotar este assunto, mas apenas com o objetivo de iniciar
uma ampla discussão acerca do mesmo, entendo que as relações entre capital e trabalho
continuam ainda extremamente conflitantes e muito complexas. Algumas empresas no
Brasil já avançaram muito na busca do equilíbrio destas relações. Precisam avançar
mais. Outras, ainda nem começaram. Outras, ainda, utilizam-se do “trabalho escravo”,
da exploração do trabalho infantil, das discriminações de raças, sexo, cor idade e
religião. Com todo respeito, estas nem merecem ser chamadas de “empresas”.
De nada adiantariam as exuberantes e imponentes estruturas físicas das empresas, se
nelas não houvesse a participação ativa e efetiva de seus talentos humanos.
Sem as pessoas, não haveria brilho, nem vida nestas organizações. São elas as
verdadeiras estrelas dentro deste grande e real espetáculo empresarial. Os demais
recursos, não passam apenas de meros coadjuvantes!
* Paulo Roberto Vieira, administrador de empresas, profissional que atua há mais de 16 anos na Área
de Recursos Humanos e professor universitário.

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