sábado, 11 de setembro de 2010

MODELAGEM DE ESTRATÉGIAS

9.       Modelagem de estratégias

Tendo em vista nossos recursos cerebrais (nosso "hardware") serem os mesmos, se alguém pode aprender a fazer algo, qualquer pessoa também pode. A chave para isto é descobrir e modelar os passos essenciais da estratégia usada por uma pessoa e instalá-la em outra.
Você pode modelar as estratégias de qualquer pessoa, fazendo as perguntas adequadas para extrair os passos essenciais. É bom levar em conta que há pessoas que não têm uma idéia precisa do que fazem (principalmente porque o fazem rápida e insconscientemente), até que você as faça prestar atenção. Por exemplo, um executivo ao qual perguntei sobre como tomava decisões, sua primeira resposta foi "intuição e bom senso". Continuei fazendo perguntas, para descobrir que ele tinha etapas, por exemplo, de projeção de conseqüências e se colocar no lugar das pessoas. Já uma professora preparava aulas revendo o conteúdo no livro e montando o quadro que estaria apresentando aos alunos. Para saber se estava bom, ela se colocava na posição de um aluno.
Sobre como controlar as reações variando a luminosidade das lembranças (citação na página 26), Bandler (1987) completa:
"Eu aprendi a fazer isto com pessoas que já o faziam. Uma mulher contou-me, certa vez, que estava sempre alegre e que não deixava que nada a chateasse. Perguntei-lhe como conseguia e ela disse: 'Quando penso em algo negativo, simplesmente diminuo a luminosidade'".
Há artigos e livros específicos de PNL sobre a modelagem de estratégias. Mas lembre-se de que você com certeza já imitou e modelou fisiologias e comportamentos desde quando era bebê, e já tem estratégias desenvolvidas nesse sentido!
Conforme o nível de segmentação em que observamos ou descrevemos uma determinada estratégia, podemos abranger maior ou menor nível de detalhamento. Uma macro-estratégia compreende as etapas maiores e mais gerais, em um baixo nível de segmentação. Uma micro-estratégia descreve detalhadamente os passos, em um alto nível de segmentação. Planejar em que cidades se vai passar em uma viagem é uma etapa de uma macro-estratégia; decidir o que vai fazer em cada uma também está no nível macro, embora em um nível maior de segmentação. Já a forma como a pessoa imagina as cidades caracteriza uma micro-estratégia. Ela visualiza imagens ou filmes em cores? As imagens são grandes ou nítidas? Uma macro-estratégia pode incorporar muitas micro-estratégias.
Estamos normalmente mais familiarizados com macro-estratégias: para cozinhar pratos, para estudar e outras. Micro-estratégias têm também uma série de aplicações. Por exemplo, na literatura de PNL está registrado o caso de uma "doente mental" que tinha pilhas de relatórios no hospital psiquiátrico. Richard Bandler (1987) descobriu que seu problema era que não sabia distinguir o que tinha imaginado do que tinha efetivamente percebido. Bandler ensinou-a a por uma moldura preta em tudo que imaginava; ao lembrar-se de algo, se a imagem possuía a moldura preta, tinha sido imaginada. Com o tempo essa micro-estratégia se tornou inconsciente e automática.
Um critério para se saber o grau de detalhamento mais conveniente para descrever uma estratégia é baseado na utilidade e na aplicação. Algumas pessoas aplicam de imediato uma macro-estratégia, enquanto que para outras é preciso segmentar mais.
Robert B. Dilts modelou as estratégias de Einstein, Aristóteles, Disney, Tesla e outros gênios da humanidade, colocando-as à disposição de qualquer um na série de livros A Estratégia da Genialidade. E usando-se técnicas de PNL, pode-se instalar uma estratégia rapidamente.
Por exemplo, a macro-estratégia da genialidade de Walt Disney (Dilts, 1998) consistia, no nível de macro-estratégia, de três etapas: o Sonhador, o Realista e o Crítico. O Sonhador elaborava o resultado final desejado; o Realista era o encarregado de elaborar os planos para a construção, a materialização do sonho; e o Crítico garantia a qualidade de tudo (figura).

Disney executava cada processo em separado dos outros, inclusive com salas distintas para cada um. Cada papel tinha toda a liberdade para trabalhar sem interferências dos demais. O sonhador, após elaborar seu sonho, o passava ao realista, que por sua vez passava os planos para o crítico, que após destacar alguns aspectos retornava as idéias ao sonhador para o aperfeiçoamento, e assim por diante, até que todos estivessem satisfeitos. Os papéis são complementares: o sonhador sem o realista não consegue transformar idéias em algo concreto. O crítico e o sonhador, sem o realista, podem ficar em conflito constante. O sonhador e o realista podem criar, mas sem chegar a um alto grau de qualidade sem o crítico. Cada função consiste em uma estratégia diferente, com micro-estratégias distintas. Isto envolvia, para Disney, inclusive posições corporais e jeitos de olhar diferentes.
A macro-estratégia de Disney e suas micro-estratégias são tema de um volume desta série.

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