quinta-feira, 4 de novembro de 2010

OS SETE PECADOS NA GESTÃO DE PESSOAS


OS SETE PECADOS NA GESTÃO DE PESSOAS

(Veja quais os principais erros que os profissionais de Recursos Humanos ainda cometem e que os afastam das decisões estratégicas das empresas)

É verdade que a área de recursos humanos subiu no conceito corporativo. É verdade também que os profissionais de RH têm sido bem mais valorizados do que já foram nos últimos 20 anos. Mas não deixa de ser verdade que eles ainda possuam algumas características que os colocam na mira dos gestores mais críticos e acabam denegrindo sua imagem na organização. Uma enquete realizada em 2009 pelo portal da revista VOCÊ S/A com 133 internautas revelou que a maioria enxerga o RH como a área responsável apenas pelas promoções, contratações e demissões na empresa (36%). Mais de 25% disseram que não têm idéia do que faz o profissional dessa área. “A participação do RH nos comitês executivos ainda não é majoritária por causa de algumas características desse profissional”, dia Joaquim Patto, consultor sênior de capital humano da Mercer. VOCÊ RH falou com alguns profissionais da área e especialistas em gestão de pessoas para garimpar quais são essas atitudes que os executivos de recursos humanos ainda cometem e os afastam das grandes decisões corporativas. Veja a seguir.
1.  RH PENSADOR
Desde muito antes do livro EXECUSSÃO: A disciplina para atingir resultados, de Ram Charan, virar um Best – seller mundial, o conceito de ter de fazer para gerar sempre esteve incutido nas organizações. Afinal, ninguém vive apenas de idéias. É esse o outro problema do RH. “O RH é bom em diagnóstico, razoável na solução e muito mal na execução”, diz Sérgi Monaco, consultor sênior do Hay Group. “Geralmente há muita teoria, discussão e pouca ação”, completa. Os especialistas alertam que pensar é fundamental (e o RH faz isso muito bem), mas uma hora as coisas precisam sair do plano imaginário.

2.  ELES LÁ E EU AQUI
Apenas de muito se falar em RH estratégico nos últimos anos, há ainda muita distância entre alguns profissionais da área e o negócio. “Gostar de gente não deve ser fundamento para trabalhar no RH”, afirma Monaco. “Precisa, sim, entender que é uma área que deve estar no negócio.” É possível perceber o ranço que essa história deixou em todos quando se ouve, por exemplo, alguém do próprio RH dizer que já foi de uma área de negócio ou que deve migrar para o negócio. A conclusão óbvia que se tira é: Então o RH não faz parte do negócio? O guru americano Dave Ulrich vem provocando muito esses profissionais. Em mais de 20 anos de pesquisa com o pessoal da área, Ulrich afirma que o conhecimento médio do RH pelo negócio não aumentou de forma significativa e isso, segundo ele, é o grande entrave para os profissionais crescerem e ganharem respeito nas empresas.

3.  2+2= 4
Embora o mundo corporativo peça o tempo todo que se calcule tudo, o profissional de RH ainda se apóia numa linguagem subjetiva para revelar seus ganhos na organização. E não convence. “Não adianta fazer um treinamento num hotel e medir apenas homem/hora ou o que o pessoal achou do hotel. É preciso medir o retorno desse investimento”, diz Patto, da Mercer. E é bom que o RH tenha uma idéia desse retorno antes mesmo de propor algum projeto. Segundo o americano Jack Phillips, que criou um método de ROI (retorno sobre o investimento) para o RH, o maior erro desse profissional é esperar que alguém de outra área lhe peça esse tipo de mensuração. Quando o RH não consegue estimar o resultado exato, ele precisa ao menos ter um arsenal de argumentos para convencer os gestores. E bons argumentos. Dizer que se trata de uma técnica intangível, não cola mais.

4.  PARE DE ABRAÇAR ÁRVORE!
Da mesma forma que a área evoluiu nos últimos anos, o conceito de que o RH é aquele chato que leva todo mundo para fazer rafting, rapel, canoagem ou dar as mãos e fechar os olhos também está mudando. Contudo, há ainda quem faça esse tipo de treinamento, que foi moda nos anos 80 e 90, mas hoje só serve para desacreditar a área dentro da empresa. “Ainda existe muito investimento em RH para coisas que comprovadamente não dão resultados”, afirma Patto. “A eficácia desses programas (no estilo abraçar árvore) é de no máximo 24 horas.”

5.  O QUE ESTÁ NA MODA?
Um erro comum entre os profissionais da área é buscar na prateleira o produto ou serviço que está na moda para usar na sua organização. Leia-se todas asa ferramentas, cursos, técnicas que envolvem o mundo chamado recursos humanos, como avaliação 360º, coaching, mentoring etc. Atenção: Nem toda roupa pode ficar bem sua empresa. “Tem gente que adora saber o que tem de novo para fazer alguma coisa de impacto na empresa”, diz Monaco, do Hay Group. “isso não mostra nem um pouco de consistência”

6.  ACIONISTA? QUEM?
Enquanto o profissional de RH insistir que não é uma área de negócio ou que está lá para trabalhar em prol dos funcionários apenas, ele vai continuar distante do poder. Ulrich afirma que os grandes desafios da área estão muito além de treinar a liderança ou atrair pessoas. “O profissional de RH”, diz ele “deveria se preocupar em servir bem os clientes e aumentar o preço das ações.”Infelizmente, o próprio Ulrich diz que eles não pensam dessa forma. “O problema é que o RH acredita que trabalha só para o cliente interno”, afirma Sara Behmer, professora da Brazilian Business School (BBS). “O fim deveria ser o cliente externo e a partir daí fazer o diagnóstico da empresa.”

7.  AMIGO DO REI
Se existe um profissional que está no alvo de todos da empresa, é o de recursos humanos. Por esse motivo, ele precisa tomar muito cuidado (mais até do que os gestores de outras áreas) com seu comportamento na organização. Fazer jogos de poder com a cúpula pode pegar mal para o restante da empresa. “Às vezes, esse profissional estabelece alguns acordos com os membros do poder e não se preocupa com a imagem da área da empresa”, diz Patto. “Com essa atitude, ele corre o risco de ficar com uma visão míope da organização.”

O QUE FAZ O SEU RH?

133 PESSOAS RESPONDERAM À ENQUETE DA VOCÊ S/A SOBRE O PAPEL DO PROFISSIONAL DE RH NA EMPRESA:

36,09%:
Responsável pelas promoções, contratações e demissões na empresa;

25,56%:
Não está claro. Nem sei direito quem é a pessoa responsável pelo RH;

19,55%:
Responsável pelo treinamento;

14,29%:
O grande articulador da estratégia corporativa;

3,76%:
Responsável por organizar festas corporativas;

0,75%:
Quem me ajuda num momento de dificuldade pessoal na empresa.

Fonte: Revista VOCÊ RH (volume 5)

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